Por culpa do Maron, Londres será para sempre lembrada por mim e pela Marcela como "a cidade dos DVDs". Estouramos o orçamento na HMV e na Zavvi. E consegui coisas que nunca vou conseguir no Brasil.
O DVD mais caro custou 7 libras. A caixinha de IT CROWD foi um pouco mais, mas só as legendas em "nerdês" valeram cada centavo. E, quando eu já tava no aeroporto, peguei a caixa com WEST WING completo livre de impostos - depois de três dias namorando-a nas lojas do centro.
Casei num dia de setembro que fez sol em Pelotas e, depois de um ano de planejamentos e economias, tudo correu mais do que perfeito.
Minha avó, mãe da minha mãe, morreu. Não tenho mais avós nem avôs.
Trabalhei mais do que qualquer ano na vida. Pelo menos foi um ano bem pago.
Comprei aproximadamente 260 livros, aproveitando dólar baixo e a estantevirtual. Mas li muito pouco.
Li, de coisas boas, KAFKA ON THE SHORE, DREAM: RE-IMAGINING PROGRESSIVE POLITICS IN AN AGE OF FANTASY, COERCION, BOTTOMLESS BELLY BUTTON, SCOTT PILGRIM 4, ALL-STAR SUPERMAN #10, GUS & HIS GANG e OUTLIERS. Quando reli O PEQUENO PRÍNCIPE (em quadrinhos), e vi ele caminhando para longe do aviador no final, alguma coisa se mexeu no peito.
Assisti, de coisas boas, 2 DAYS IN PARIS, VIAGEM A DARJEELING, JUNO, NO COUNTRY FOR OLD MEN, THE KING OF KONG e THE CENTURY OF THE SELF. Reassisti NETWORK. Mas estou sem paciência para filmes - tanto que, duas ou três vezes, dormi no cinema (não ria, é velhice). Pode ser culpa das séries, também.
Assisti o fim de THE WIRE. Cito FLIGHT OF THE CONCHORDS, 30 ROCK e SATURDAY NIGHT LIVE para todo mundo. Gostei de MAD MEN, THE OFFICE, PUSHING DAISIES, ENTOURAGE, FRIDAY NIGHT LIGHTS e acho que aquele episódio "Tony", do SKINS, é o melhor roteiro dramático do ano. Ainda não acabei de assistir THE WEST WING.
Comecei a assistir HOUSE, e uma aluna disse que eu sou quase tão arrogante quanto o House (o que eu levei como elogio).
Ministrei 9 disciplinas. Esse número não vai diminuir em 2009, mas pelo menos só pretendo ir à universidade para dar aulas e nada mais.
Tive um projeto de pesquisa aprovado e estou doutrinando alunos para pesquisar ativismo e mídia.
Voltei a ser redator publicitário. E trabalhei com uma equipe legal, o que é coisa rara. Mas já larguei a "carreira", de novo.
Me acostumei com Chapecó. Sei o que é e o que não é impraticável lá, e não me desespero mais com o lado ruim. A cidade tem um monte de vantagens que eu aprendi a valorizar.
Mas não consegui levar o David Lynch a Chapecó.
Fui a São Paulo. Vi o pessoal (e o escritório) do Omelete pela primeira vez em oito anos de trabalho. Revi Nasi, srta. Almeida e Rodolfo. Quero ir mais vezes.
Conheci, entrevistei, peguei autógrafos, almocei e jantei com o Liniers.
Traduzi um livro. Fiz trabalhos para quatro editoras (todos pagos, milagre), entre revisão, tradução e outras coisas editorias. É algo que tô tentando há anos.
Vi um show dos The Hives.
Torci pelo Obama. Agora, tenho medo que ele seja o Hitler.
Comprei um N95 e ele é muito útil.
Bati o carro e ninguém se machucou, fora o carro.
Não aprendi francês.
Fiz experiências com a barba. Neste momento, pareço o Mose Schrute.
Vou sair pela primeira vez desse continente, e começar 2009 em Barcelona - seguindo por Munique, Amsterdam, Bruxelas, Paris e Londres, em lua de mel atrasada.
O Telio Navega, d'O Globo, me colocou entre os convidados para listar as 5 melhores HQs publicadas este ano no Brasil. Eu não sabia que não tinha que escrever explicações, então acabei ficando deslocado ali na lista.
Divisadero, do Michael Ondaatje (O Paciente Inglês), é o primeiro livro da Companhia das Letras na qual tive participação na produção: fiz o que a editora chama de "aparatos" (textos para orelhas e quarta capa), além do release.
É uma narrativa bem... poética. A capa ficou linda.
E também ganhei uma almofada em forma de ovo, em referência.
E era um amigo secreto onde cada pessoa era responsável por inventar seu próprio presente: não valia comprar uma coisa pronta. Eu dei pra Duana um "balão surpresa private": só ela dançava em volta e só ela ficava com as balas e brinquedos. Mas ela disse que nunca tinha ido a festa com balão surpresa, então não teve tanta emoção.
Meu novo toque de celular (exclusivo pra Marcela) é assim:
Tem a cena um pouco mais extendida aqui:
Mas a melhor cena do último IT Crowd que assisti (o terceiro da terceira temporada) é essa. Aliás, melhor cena de toda a série no melhor episódio de todos os tempos. Só não faz muito sentido se você não conhece os personagens ou o contexto do episódio.
Eu e a Marcela já vimos umas 150 vezes. A Marcela bate os pés de rir.
Hoje eu finalmente posso falar: a Companhia das Letras anunciou a linha Quadrinhos na Cia, que vai oficializar o comprometimento da editora com quadrinhos. Em 2009, eles vão lançar Jimmy Corrigan, Blankets, American Born Chinese, Bottomless Belly Button - tudo que eu digo para as editoras nacionais publicarem, há ANOS -, quadrinhos nacionais (uma colaboração do Daniel Galera com o Rafael Coutinho, filho do Laerte, pra começar) e mais um monte de coisa.
E eu traduzi Blankets. E enchi o saco do André Conti, o editor, até ele fechar Jimmy Corrigan com o Chris Ware. E dei uns empurrões pra ele convencer a Companhia a publicar Bottomless Belly Button. E possivelmente eu vá traduzir mais um ou dois livrinhos da lista. E finalmente tá acontecendo!
Bom, quase acontecendo: a linha só começa a lançar material em maio. Mas vai se segurando que tá logo ali.
Só imploro uma coisa desde já: compre Jimmy Corrigan (não, não sou eu quem vai traduzir). É daqueles livros para reler todo ano, obrigatório pra estante. Além de ser lindo e fantástico enquanto objeto de design.
Profissionalmente, essa foi minha coisa mais legal do ano.
And I wanted someone who is absolutely and utterly powerful. It's interesting because at the time, John Byrne had just taken over Superman and had announced that he was making Superman less powerful because he had become too powerful and you couldn't write interesting stories about people that were too powerful. That started me thinking, "Well, no, actually you can, because what makes a person interesting or not interesting isn't how powerful they are, but who they are."
We have a President-Elect who's a Spider-Man fan! It's like I've been saying for years, people who grew up reading comics are moving into positions of power in media, in business, and now in the Executive Branch of the federal government. Is that cool or what? I don't know about you, but I'm very happy that the next President of the United States knows that "in this world, with great power there must also come -- great responsibility!"
Maybe the furor around shows like Mad Men is not the product of some rampant mass hysteria. Maybe it’s the expression of a yearning for the last remnant of the traditional viewing experience we once shared. Long gone are the days when we would all sit down on Thursday at 10 to watch L.A. Law. So instead, to retain some sense of communal experience, we cling culturally to a single show. We don’t want to admit we’re splitting off in a million directions; we want to believe that all our eyes still occasionally turn in the same direction. (For the past year, the election campaign served this purpose—the one great show we all tuned into.) So it doesn’t even matter that not many people, relatively, are actually watching Mad Men. What matters is that everyone’s talking about it.
01. bodies of water - our friends appear like the dawn (do podcast da marcela, só pra mim) 02. king creosote - you are could i (trilha do Skins) 03. taken by trees - julia (do podcast da marcela, só pra mim) 04. peter, bjorn and john - young folks (do podcast da marcela, só pra mim) 05. joy division - transmission (nunca gostei; comecei a ouvir demais depois de assitir Control) 06. yeah yeah yeahs - date with the night 07. the hives - hey little world (eu fui no show, você não foi e eles começaram tocando essa música; fodástico) 08. bishop allen - butterfly nets (do podcast da marcela, só pra mim) 09. basia bulat - the pilgriming vine (do podcast da marcela, só pra mim) 10. joy division - she's lost control (culpa do Control, também) 11. fight like apes - jake summers (sei lá, apareceu aqui) 12. lcd soundsytem - all my friends (sei lá, apareceu aqui) 13. lcd soundsytem - new york i love you but you're bringing me down (trilha do Skins também) 14. micah p. hinson - wasted away (idem) 15. the spinto band - oh mandy (sei lá, apareceu aqui) 16. workhouse - peacon (acho que veio do Warren Ellis) 17. british sea power - the great skua (do podcast da marcela, só pra mim) 18. marcelo camelo & mallu magalhães - janta
- Que o Orangotag funcione. Tentei marcar episódios em três computadores diferentes. Nunca funciona. É o site que está com problema ou algum flashjavascriptactionbucetinions que não tá funcionando? Existe algum site que tenha a mesma função?
- De uma nova skin pro Google Reader. Se é que existem skins pro Google Reader. Alguma coisa que deixe a área de leitura mais alta (tem aquele plug-in "Stylish" do Firefox que faz algumas coisas, mas ainda não a contento). A área é muito pequena pra ver os feeds de fotos.
- Algum programinha pro celular (N95) que monte uma lista (bonitinha, com fotos) dos filmes que quero assistir. Tipo, para eu não ficar babando desmemoriado na locadora. Existe? Pode ser baseado em conexão para montar a lista, mas a lista tem que estar disponível offline.
- De um monitor slim 19 polegadas até R$ 300.
- Aumentar o número de posts que aparecem na primeira página do Tumblr.
- Que o Twitter volte a enviar tweets pro meu celular. Sempre. Só funcionou um mês. Já fucei os settings, mexi no celular, e nada.
- De algum programinha que transforme os e-mails recebidos no Gmail em tweets (particulares) que sejam enviados para o meu celular.
A verdade com V maiúsculo diz respeito à vida antes da morte. Diz respeito a chegar aos 30 anos, ou talvez aos 50, sem querer dar um tiro na própria cabeça. Diz respeito à consciência – consciência de que o real e o essencial estão escondidos na obviedade ao nosso redor – daquilo que devemos lembrar, repetindo sempre: “Isto é água, isto é água.”
É extremamente difícil lembrar disso, e permanecer consciente e vivo, um dia depois do outro.
(Notícia da semana passada, mas só fiquei sabendo hoje.)
Os Yes Men também comemoraram a vitória do Obama. A seu modo: lançando, adiantada, a edição de 4 de julho de 2009 do New York Times e distribuindo-a gratuitamente nas ruas de New York.
Coisas que achei em São Paulo e a penúltima leva de coisas da Amazon - do pedido que comecei lá em setembro do ano passado, e agora fecho por causa da Crise.
Referência nerd: o departamento de aquisições foi uma coisa pré-Crise.
Na falta do que realmente trazer de novidade sobre Macanudo, o ping-pong acabou virando uma conversa sobre a tira. A Marcela disse que gostou, mas ela é suspeita.
Kill Your Boyfriend é a versão mais maluca, mais anarquista e mais romântica de Clube da Luta, como a entrevista aponta. Me deu um comichão pra reler.
E o Morrison, por si só, já é fantástico:
Acho a cena do batom estranhamente profética da era Lindsay Lohan...
Eu sou estranhamente profético com freqüência.
* * *
O quanto você mudou, como escritor e pessoa, desde que escreveu Kill Your Boyfriend?
(...) Tive uma tremenda mudança. Quando escrevi a HQ, eu era um recém-solteiro, recém-rico e hedonista mochileiro próximo de alcançar a transformação pessoal, e agora sou um homem casado e feliz sentado na torre da minha grande casa, com vista para o mar, escrevendo gibi de super-herói, dando entrevistas na Internet e esperando pacientemente pelo dia em que Kristan se canse das minhas merdas e finalmente abra a tampa do misericordioso veneno de rato!
Agora me ocorre que a McSweeney's deixar The Future Dictionary of America de graça não é acaso. O livro foi feito para levantar fundos anti-Bush nas eleições de 2004, e é famoso pelo seu verbete "Bush" (escrito pelo Paul Auster): "a poisonous family of shrubs, now extinct". No futuro - o futuro que a gente pode prever hoje, com segurança -, ninguém lembra de George W.
* * *
Until now, my identity as a writer has never overlapped with my identity as an American — in the past eight years, my writing has often felt like an antidote or correction to my Americanism. But finally having a writer-president — and I don't mean a published author, but someone who knows the full value of the carefully chosen word — I suddenly feel, for the first time, not only like a writer who happens to be American, but an American writer."
Brian Wood escreveu no Twitter, depois reforçou numa entrevista: complicado escrever futuros apocalípticos como o de DMZ quando você está feliz com seu governo. Lembro também de uma tirinha do Jim Mahfood de 2004, dizendo algo tipo "ok, é uma merda que o Bush tenha sido reeleito, mas pelo menos temos mais 4 anos de quadrinhos, de filmes, de arte e de cartuns maravilhosos pela frente".
Da mesma forma que guerras são tudo para o desenvolvimento tecnológico, governantes porcaria são o melhor impulso para a crítica e a criação. Com Obama, pelo menos no primeiro momento, os EUA podem ficar criativamente apáticos. O Obama-sósia do Saturday Night Live pega uns tiques legais, mas parece que o ator quer gritar "eu não sei fazer caricatura desse cara!".
* * *
Ontem caí na Fox News, zapeando, e Bill O'Reilly tava dizendo que McCain perdeu porque não deu alternativas pra crise econômica, enquanto Obama focou o último mês nisso. Mas Obama foi eleito, diz O'Reilly, pela extrema esquerda (ele queria dizer "comunistas"), porque havia promessas de transformações sociais, melhor distribuição de renda, essas coisas liberais. Com a crise, ele vai ter que segurar o orçamento e colocar o "socialismo" de lado, o que vai deixar a extrema esquerda fula. "E agora, o que vai ser?", pergunta O'Reilly, feliz por ter encontrado um subterfúgio para chamar a maioria eleitoral norte-americana de burra.
Bill O'Reilly que é o cara, agora.
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Update: O Vulture faz a mesma pergunta. Como se faz comédia política agora?
A McSweeney's está vendendo seu magnânico Future Dictionary of America (com Jonathan Safran Foer, Stephen King, Paul Auster, Art Spiegelman, Dave Eggers etc. etc. etc.) de graça. É só ver no link.
O único problema é que custa US$ 20 para enviar para o Brasil.
Publiquei esse texto em abril, num caderno local do Diário Catarinense. Obama ainda era candidato a candidato.
Obama e a política do entretenimento
Na década de 90, o artista urbano Shepard Fairey colocou fotos do astro de luta livre André The Giant, de rosto gordo e olhar ameaçador, em cartazes de rua e adesivos, com uma única palavra no rodapé: “Obey” (“Obedeça”).
Espalhados pelos muros e postes, o cartaz assustava e intrigava. “Por que um gordo de cara feia me daria ordens?” Era a primeira pergunta que Fairey queria provocar. A segunda era a seguinte: se o marketing político, os outdoors, as propagandas de TV, a publicidade em geral, estão me dizendo “obedeça”, por que estou questionando este cartaz e nunca questiono os outros?
Fairey provocou uma espécie de campanha publicitária global, de tons artísticos e investimento zero, pela tomada de consciência, a partir de uma imagem forte o suficiente para atrair críticos ao consumismo e à sociedade do espetáculo.
Dez anos depois, onde está Shepard Fairey? Ilustrando cartazes da campanha presidencial de Barack Obama. Para quem gosta do trabalho de Fairey, a reflexão esperada é a seguinte: “Nunca um político falou comigo dessa forma, nos meus termos, na minha cultura, nas minhas imagens. Será que finalmente este vale a pena?”
Discursos – Desde 2004, quando começou a despontar no Partido Democrata e nos jornais, a discussão era piada: como um cara de sobrenomes Hussein (como Saddam) e Obama (muito próximo do prenome de Bin Laden) esperava concorrer à presidência dos EUA? Um mulato, ainda por cima, em um país que só elege brancos de elite.
De dezembro até agora, a campanha deu a resposta. Obama convence. Construindo a imagem de exímio escritor – ele tem dois livros de memórias publicados – e servindo-se de bons roteiristas de discursos, Obama vende a idéia de um país arrogante que precisa mudar.
Mas de bons discursos a política norte-americana sempre esteve cheia, e os outros candidatos também têm bons redatores. O que diferencia a campanha do político de Illinois é outra característica: o fator entretenimento.
Cultura das imagens – O pesquisador Henry Jenkins, no livro Convergence Culture, aponta uma tendência do novo milênio: eleitores informam-se mais sobre política a partir de programas de comédia do que através das notícias. A sátira política, na brincadeira, vira uma espécie de jornalismo qualificado, ao mesmo tempo informativo e divertido.
Desde o início das primárias, Obama e sua oponente Hillary Clinton já apareceram no humorístico Saturday Night Live. Eles surgem no meio de esquetes, para surpresa da audiência, são aplaudidos e soltam uma piadinha. É como se Lula contracenasse com seu sósia no Casseta & Planeta Urgente.
Jenkins vê estes casos como uma adaptação necessária. Em uma sociedade voltada para o entretenimento, talvez este seja o caminho para restabelecer o interesse popular na política, assunto “tedioso” para a maioria - com o agravante de os EUA defender o voto não-obrigatório e, por conseguinte, metade da população votante não comparecer às urnas.
Analistas políticos dizem que Obama só tem chances se convencer as minorias latina e negra a sair de casa no dia das eleições. O jeito é entusiasmar esta faixa social com show, comédia, cartazes coloridos, imagens de consumo e descarte rápido próprias de uma cultura do entretenimento.
Participação digital – Jenkins também encaixa a campanha de Obama no que chama de “cultura participatória”. É cada vez mais fácil para amadores produzirem e disseminarem textos, vídeos, músicas, fotos e outras criações. A campanha de Obama está antenada a estas novas realidades. Ele não é o primeiro a fazer isso, mas pode ser o primeiro a ter sucesso na jogada.
O website da campanha tem um espaço com o sugestivo endereço my.barackobama.com, onde apoiadores podem registrar-se para relacionar-se com correligionários próximos, organizar seus próprios eventos de campanha e até manter um blog. Uma espécie de Orkut ou MySpace particular a uma campanha política.
Somam-se ao site os vídeos no YouTube, os banners para websites, os fansites, os cartazes – tudo criado por milhares de voluntários que querem disseminar sua vontade política. O comitê oficial de campanha estimula esta participação, mas não se mete na divulgação “alternativa” além da publicização das melhores criações e de olhar para o lado quando elas podem gerar controvérsia.
West Wing – Barack Obama está à frente da campanha eleitoral mais ligada ao mundo do entretenimento na história da política mundial. As pesquisas apontam sua vitória sobre Hillary nas primárias, e sobre o republicano John McCain na decisão final. Se estes resultados se concretizarem, teremos o atestado da imbricação obrigatória entre política e espetáculo.
O jornal inglês The Guardian apurou as semelhanças entre a figura de Obama e a de Matt Santos, candidato presidencial fictício que estrelou a série de TV The West Wing, sobre os bastidores da Casa Branca. O candidato real e o ficcional são jovens democratas, vêm de minorias e surgem do nada para conquistar o cenário político com discursos de impacto. O Guardian descobriu que não era coincidência: os roteiristas que criaram Santos inspiraram-se em Obama, quando este ainda nem era senador, mas demonstrava um futuro promissor no Partido Democrata.
Santos, o sósia ficcional de Obama, ganhou as eleições no capítulo final de West Wing, exibido em 2006. Profecia ou não, o fato é inegável: nas telas do mundo do entretenimento, Obama já venceu.